Brasileiros aconselham uruguaios

Representantes brasileiros liderados pelo deputado federal Osmar Terra irão ao Uruguai aconselhar o parlamento a não aprovar a comercialização da maconha no país sob controle do estado. A votação no congresso será este mês.

Os brasileiros querem dar uma lição aos uruguaios de que o estado não deve lucrar com as drogas. Eles pretendem apresentar o panorama das drogas no Brasil, que segundo o deputado não é controlado pelo Estado e o mercado nacional não permite monopólios. "Em São Paulo quem cuida das drogas é o PCC e no Rio de Janeiro é o Comando Vermelho", explicou o deputado. Ele classificou a proposta de estatista e disse que "no Uruguai há uma tentativa de desmerecer a livre concorrência".

Em substituição ao projeto, os brasileiros apresentarão um pacote de propostas de políticas públicas para o setor, que tiveram resultados surpreendentes no Brasil. Eles pretendem mostrar as facilitações que são oferecidas para a concessão de TV e rádio às igrejas, cujos pastores se encarregam de orar e, em muitos casos curar viciados de todo o país.

Como o Uruguai é um país laico, os brasileiros irão propor também a PEC de Cristo, Proposta de Emenda Constitucional para mudar o artigo 5º da constituição uruguaia, que dispõe sobre a liberdade religiosa e a laicidade no país, desde 1918.

A comissão brasileira também pretende orientar os vizinhos quanto a medidas de segurança pública para coibir as drogas. "A ROTA e o BOPE são modelos que merecem ser copiados por outros países", declarou Vitore Maximiano, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério da Justiça do Brasil e membro da comissão que irá ao Uruguai.