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martes, 4 de marzo de 2014

ABC Color ataca árabes para encobrir mazelas e proteger políticos paraguaios


Jornal paraguaio ABC Color ataca comunidade árabe sob o pretexto de proteger suas crianças.

O jornal alega que crianças são submetidas a proibições e obrigadas a participarem de atividades que exaltam lideranças políticas de grupos terroristas em colégio libanês.

O bem-humorado Blog Sujo dispensa a brincadeira e vai aos fatos.

Falsamente preocupado com a situação das crianças árabes, o ABC Color esconde a real situação em que vivem as crianças paraguaias. São elas as mais atingidas pelo aumento da desigualdade no país, que registra um dos maiores índices de crescimento econômico do mundo.

Apesar dos números positivos da economia, mais de 30% das crianças paraguaias não conseguem se livrar das condições de extrema pobreza, que aumenta a cada dia.

O país atrai investidores com uma baixíssima carga tributária. Tal política favorece a uma elite que exibe seu poder de consumo em cidades brasileiras, enquanto os principais programas sociais sofrem sucessivos cortes desde o golpe que destituiu o ex-presidente Fernando Lugo. Suas principais vítimas são as crianças.

Mais da metade das crianças são filhos de trabalhadores que encontram-se em situação de trabalho degradante e subempregados em grandes cidades, como Asunción e Ciudad del Este.

37% das crianças paraguaias vivem no campo em condições de pobreza e indigência, conforme denunciou a Missão de Observação Internacional que visitou o país no ano passado.

Filhos de campesinos paraguaios, segundo os mesmos observadores encontram-se expostos ao excessivo uso de agrotóxicos, próximos a grandes plantações de soja, privados de assistência médica, que além de precária é inacessível.

Assassinatos de pais e mães no campo por latifundiários sequer são julgados e nenhuma criança campesina órfã recebe assistência do estado.

O sistema educacional é excludente e ignora o fato de a maioria das crianças paraguaias terem como língua materna o guarany. O atual governo está propondo o fim do ensino desta língua e obrigando todas crianças a estudarem apenas no idioma espanhol, aprofundando o desprezo e o abandono da cultura da maioria do povo paraguaio.

A elite paraguaia, que exibe seus carros de luxo em Foz do Iguaçu contrasta com uma maioria de trabalhadores que está subjugada, submetida a vários tipos de discriminação e trabalhando para brasileiros ricos e de classe média, que negam direitos trabalhistas e subempregam paraguaios, muitos deles pais e mães de crianças semi-abandonadas no país vizinho.

O silêncio da imprensa paraguaia, assim como o da brasileira é ensurdecedor diante destes fatos. E se não bastasse, estes veículos se utilizam de expedientes caluniosos contra o povo árabe para encobrir as mazelas do país, cujo poder está nas mãos de políticos e empresários associados ao narcotráfico e ao contrabando.

Quem não quer a paz na região trinacional é esta elite econômica bandida e seus comparsas da imprensa que patrocinam golpe, perseguem políticos de esquerda, endossam o genocídio no campo e negam direitos básicos ao povo e sobretudo às crianças paraguaias.

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