As postagens deste blog são ficcionais e de livre inspiração em fatos reais

viernes, 4 de septiembre de 2015

Guerra na UNILA tem surra de bunda


Lançado no programa Pânico, da TV Bandeirantes, a surra de bunda é uma prática punitiva que tem gerado polêmica no Brasil.

Essa semana, um fato chamou a atenção da comunidade universitária da UNILA, em Foz do Iguaçu. Em meio a guerra interna, deflagrada em torno do tema da paridade, a surra de bunda foi adotada numa reunião do sindicato dos professores da universidade. O fato ocorrido de manhã, teve repercussão na Assembléia Geral ocorrida no período da tarde, com a presença das vítimas. Era nítida na face de cada um, a marca da violência sofrida na reunião do sindicato. Todos chegaram com cara de bunda.

Em clima de velório, apenas os guardinhas da empresa de segurança Veper, esboçavam certa felicidade. Consta que os salários deles está em dia, e mesmo que não tivesse, eles não podem participar de assembléia, porque são terceirizados e estão sempre sob ameaça de ser sumariamente demitidos. Por isso, durante a Assembléia Geral da UNILA, eles ouviram atentos, através de seus auriculares, um repertório estimulante e cheio de swing. Com expressão de alegria, eles articulavam alternadamente os joelhos, realizando movimentos pendulares com os quadris, no compasso da música.

O resto foi uma loucura.

Entenda o caso 

A diretoria do sindicato dos Professores da UNILA sofreu um golpe, na manhã deste dia 3 de setembro. A assembléia realizada nas dependências da UNIAMÉRICA, acabou em desastre. Um exército de professores "empanadas" (tradução de coxinha para o espanhol), compareceu à assembléia, implodindo a pauta, destituindo a diretoria e freando as mudanças que estavam sendo defendidas pela diretoria destituída. Para isso, eles usaram de um expediente que tem virado arma na mão de coxinhas Brasil afora, o golpe. Os docentes elegeram uma nova diretoria para o sindicato sem convocar eleições.

Foto da nova diretoria da ADUNILA
O movimento lembrou a recente mobilização do Sindicato dos jornalistas do Rio de Janeiro. Afim de combater o aumento do piso dos jornalistas para R$ 2.200 reais, a rede Globo ordenou que todos os seus jornalistas coxinhas fossem dispensados para comparecerem à Assembléia do sindicato. A ordem foi acatada pelos profissionais, que invadiram a Assembléia e o resultado foi a aprovação da manutenção do piso de R$1.600 reais. Venceu a ordem patronal.

O ocorrido na UNILA tem algumas semelhanças e algumas diferenças com este fato. No caso do Rio de Janeiro, os jornalistas votaram contra um direito que beneficia a categoria. No caso do professores da UNILA, o sindicato é quem está propondo a redução do poder proporcional do voto dos professores nos órgão colegiados, e a maioria não quer abrir mão. Atualmente, a lei garante que 70% de qualquer colegiado da universidade seja composto por professores. Diferente dos jornalistas cariocas, os professores da UNILA não estão votando contra seus direitos, e sim, contra os direitos dos outros. Apesar de ser conservadora, autoritária, arcaica e meritocrática, a lei encontra respaldo na categoria docente, predominantemente empanada, e que possui as mesmas qualidades da lei.

Os empanadas demonstraram mais uma vez que estão dispostos a fazer qualquer coisa para conservar a antiga estrutura. Eles já foram ao Ministério Público com o objetivo de impedir na justiça, as mudanças democráticas promovidas pela UNILA. Como empanadas, eles odeiam sindicato, mas se for preciso se sindicalizar para aplicar golpe, como o fizeram, eles vão pra cima.

Para piorar a situação, o lado derrotado dos professores está chamando uma eleição para reitor. Os empanadas têm verdadeiro horror a eleições diretas e paritárias, mas se for preciso, eles vão encarar e promover mais um massacre, tal como tem acontecido nas assembléias dos professores e dos estudantes.

Estas instâncias lembram a estufa do bar do Sr. Carlos, repleta de coxinhas.

O Blog Sujo segue cobrindo a guerra civil deflagrada atualmente na UNILA.

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